Observo atentamente todo movimento, o sistema, sua vida, tudo como deve ser. O chuvisco da garoa escorrendo pelo vidro torna ainda mais difícil a minha reflexão, mas insisto, permaneço ali sentado, contemplando o gotejar, que agora é cortina, proteção do meu olhar insistente, curioso e que me faz sonhar.
De repente me pego a pensar, ao embalo da sinfonia dos grilos que lá fora fazem a melodia quebrando o silêncio da noite, é trilha sonora para que eu sem me preocupar comece a despejar as idéias que fluem naturalmente, algo que acontece sem mesmo se perceber. Aquilo que até então só existia em minha mente começa a tomar forma graças à ponta do lápis cinzento que suavemente vai deslizando sobre o papel.
Na construção de uma nova forma de pensar, me reinvento, escrevo minha própria história, exponho meus sentimentos, não só de alegrias, também não só de tristezas, aquilo que eu realmente sou em sintonia com aquilo que fui um dia.
Tantas vozes sussurrando ao meu ouvido, dizendo exatamente qual o verdadeiro caminho, inspiração para que possa continuar caindo a chuva, tempestade de palavras que me transporta para ainda mais distante de onde estou, mas ao mesmo tempo me aproxima da realidade que o vento insiste em afastar daqui.
Escrevo tudo que sinto, tudo que vejo, aquilo que ouço e aquilo que imagino, tão natural como a nascente de um rio, onde é fonte de água limpa, cristalina, intocável, verte todo tipo de pensar, verte toda forma de poder.
Sinto-me livre, viajo, vou onde quero, mergulho em um mundo totalmente diferente e inexplorado, invisível, mas que ao transcorrer dos rabiscos torno nítido para que todos possam ver aquilo que só meu inconsciente permite mostrar e que por durante muito tempo esteve guardado dentro de mim.
Somos todos viajantes, vendo a vida passar na janela...as ideias nos levam ao longe, nos aproximam, nos deixam amigos do papel e do lápis cinza! Grande devaneio amigo! Parabéns!
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