domingo, 18 de setembro de 2011

Dias Cinzas


Mesmo sem ar, eu ainda continuo aqui, sinto o frio se aproximando, é outono, mas sei que o inverno logo chegará. A brisa das manhãs dessa estação tão sufocante, tocando meu rosto, sem pedir permissão, fazendo com que eu procure um abrigo onde possa me manter aquecido, longe do embranquecer da geada que insiste em se fazer presente, assim como o vento frio que assobia lá fora e só pensa em ir embora quando eu já não me importar mais.
Mas eu continuarei aqui, aguardo pelo sol, aquele que rapidamente, vai perdendo suas forças entre as nuvens carregadas que daqui se aproximam, fazendo eu me contentar com o calor do fogo e sem saber exatamente o que fazer, timidamente, coloco lenha no fogão e assisto pela janela o gotejar de água da chuva, que escorre pelas folhas das árvores e cai fazendo barulho quando entra em contato com a poça já formada ali no chão. Nesse entardecer tão triste e sem graça, assim como foi meu dia, assim como foi minha vida. Dias cinzas e intermináveis, entediantes e ao mesmo tempo desafiadores. 
Mas eu gosto quando chove, afinal, me faz rememorar muitas coisas boas e ruins, aquilo que no fim de tudo, faz parte do que eu me tornei.



Um comentário:

  1. É querido amigo...refletindo ao ler esse texto teu me fez pensar em tudo que nós passamos, por mais que tenha fatos da nossa vida que queiramos deixar esquecidos para todo o sempre-afinal deleta-los não é possível, mas devemos a tudo, bons e maus momentos, afinal é de tudo isso junto misturado que resultou a nossa pessoa, que nós resultamos como pessoas que aprendem a viver cada dia, a cada frustração, a cada novo amor, a cada velho amigo que se distancia pela caminhada...é a vida...la vida, la persona, las vidas de las personas...

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